Supporting a psychologist to develop a plan for online therapy conforming to the Brazilian Federal Council of Psychology (CFP) - meeting

Reference

  • Meeting: Supporting a psychologist to develop a plan for online therapy conforming to the Brazilian Federal Council of Psychology (CPF)
  • Subject: An essay about the role of asynchronous and synchronous technology and impact about privacy and security, supporting the healthy of communication between patients and therapist
  • Reference meeting: Formulating a plan for Vanessa initiating with online therapy in conformity with the CPF d282d6ac-509d-4542-a1aa-769b6d37ea92 Monday, December 30⋅11:00am – 3:00pm
  • Participants: Vanessa Oliveira, Psicóloga Ribeirão Preto, Marcio S Galli0
  • Text Language: pt-br
  • Tags: Psychology, Therapy, Online Therapy, epsi, atendimento psicológico online
  • Document status: Copyright, draft, rascunho.

O conceito de eventos síncronos, assíncronos, e o porque o assunto é relevante na questão da terapia online (The notion of synchronous and asynchronous events and the relevance of these concepts to therapy sessions)

Neste documento o uso dos conceitos síncrono e assíncrono refere-se ao assunto da comunicação entre o terapeuta e o paciente. Entende-se por comunicação síncrona uma sessão que tem início e onde o diálogo se faz no presente, até que sessão síncrona seja finalizada. Uma tradicional sessão de terapia, ao vivo e presencial, é entendida como uma sessão síncrona. Neste tipo de sessão as interrupções possíveis não são eventos externos a conversa. Ou seja, os dois lados, paciente e terapeuta, exercem o controle total da conversa até que a sessão é terminada. Sessões síncronas, mediadas por tecnologia e por meios, como a Internet ou telefone, tem a mesma natureza. Um exemplo de sessão síncrona comum é uma conversa entre duas pessoas no tradicional telefone. Vale lembrar que hoje muitas empresas de telefonia podem ou não usar soluções via Internet como meio para comunicação, sem mesmo indicarem para os clientes. Com isso, podemos dizer que a questão do síncrono e assíncrono não é uma questão puramente dependente da tecnologia e tem princípios fundamentados na relação da comunicação, do trabalho, e da colaboração humana.

Ainda, sem expandir o assunto para a questão de tecnologias da Internet, mas ainda assim reconhecendo o papel da tecnologia e da colaboração, podemos apreciar a comunicação assíncrona entre duas pessoas que é feita por meio da carta enviada por um mensageiro. Uma conversa que se baseia nesse tipo de dinâmica é dita como assíncrona pois os eventos de comunicação entre o destinatário e recipiente ocorrem no tempo, de forma que cada um dos lados está liberado para fazer outras tarefas, por exemplo após o envio ou resposta. Por exemplo, a rainha escreveu uma carta ao rei em vários eventos intermediados por um chá. Depois, pediu para que o colaborador enviasse a carta que foi despachada por cavalo até a estação de trem. Após o envio da carta, a rainha pode fazer outras tarefas pois sabe que pode ou não receber uma carta-resposta de volta. É típico que na comunicação assíncrona existe maior risco de não se obter uma resposta, justamente porque o evento de comunicação tem um fim; ou seja um “canal” de comunicação não fica aberto no presente até que a comunicação seja finalizada.

Mas o que isso tudo poderia ter a ver com a questão da terapia e especificamente da terapia online. De fato isso tudo tem a ver simplesmente porque terapeutas criam relações de comunicação com seus pacientes e porque essas relações ocorrem no tempo. Um exemplo típico é quando um novo paciente iniciou sua terapia e começa a fazer sessões semanais, por exemplo sessões de 50 minutos, que irão repetir ao longo das semanas até que esteja de alta. Por um lado, em cada sessão típica de terapia, temos a conversa síncrona, ao vivo e presencial; e por outro lado justamente pela natureza semanal, tem-se o intervalo de 7 dias entre sessões. Durante o “entre sessões” ocasionalmente o paciente entra em contato com o consultório deixando uma mensagem — exemplo para informar que não poderá estar presente na próxima sessão presencial. Este tipo de comunicação é assíncrona, já que a mensagem foi deixada. Eventualmente, quando a terapeuta recebe a mensagem, ela faz a mudança da agenda e deixa um recado para o paciente, por exemplo na caixa de mensagem do telefone.

Com isso temos sessões de ordem síncrona, presenciais, e sessões de ordem assíncrona (recados, pedidos, questionários, respostas) que são elaboradas com suporte de tecnologias. Um outro exemplo de sessão assíncrona pode ser entendido como a atividade de anotar informações no prontuário do paciente. Como todas essas atividades dependem da tecnologia, ou da colaboração humana, torna-se importante observar que a saúde da relação da comunicação deve ser preservada. Por exemplo, cabe ao terapeuta saber onde deve guardar as informações dos prontuários dos pacientes de forma que esse tipo de documentação não seja acessada por terceiros. Por exemplo, cabe ao terapeuta informar ao paciente para que o paciente não revele informações privilegiadas na forma de recados, por exemplo para funcionários ou pessoas que possam estar presentes na sala de atendimento de um consultório. Sejam essas configurações concretizadas por pessoas ou por tecnologias (que foram feitas por pessoas), cabe sempre ao terapeuta estar ciente sobre os riscos da informação que é armazenada. Muitos se preocupam com as questões de segurança da tecnologia, por exemplo com senhas complexas, mas deixam a anotação das suas senhas em uma gaveta, por exemplo. Com isso, podemos e devemos observar que a questão da saúde da relação com entre o terapeuta e o paciente vai além da forma atual da tecnologia e deve ser apoiada por princípios, como por exemplo o fato que o bem estar e a saúde da relação se dá com base no respeito ao ser humano; derivando disso que devemos guiar nossas escolhas, sobre as tecnologias e o trabalho de terceiros, com base nos princípios éticos, como por exemplo os princípios e recomendações documentados no código de ética 3; mas não nos limitando somente a estes, uma vez que esses foram feitos com base em valores e princípios mais fundamentais.

Com isso, por exemplo, cabe ao profissional saber onde guardar os prontuários, seja no ambiente físico ou virtual. Isso porque sabemos que não existe tecnologia perfeita: A caixa dos prontuários disponível e acessível por terceiros no ambiente da clínica pode ser um risco. Igualmente, a caixa virtual do backup nas nuvens pode ser um risco. Nós resolvemos a situação é com a intenção — com base em princípios de ética que nos faz querermos melhorar; quando zelamos e preservamos as questões fundamentais da saúde da relação, para que em outras áreas possamos abraçar o que é novo e o que vem para melhor.

Sobre uso das tecnologias assíncronas, entre sessões: No meu caso, será informado para os pacientes que o terapia online é somente feita durante as sessões síncronas; ou seja, colocando rigor para que o paciente não envie informações relacionadas a terapia por meio de seus aplicativos e/ou soluções modernas — uma vez que se ele fosse encorajado a fazer assim, ele mesmo poderia tomar iniciativas de enviar mensagens de caráter sigiloso por meio dos aplicativos de uso do dia a dia, por exemplo E-mail, SMSs, e mensagens instantâneas de redes sociais, etc. Com mais rigor, e foco nas sessões síncronas, estarei limitando a capacidade do paciente de ter livre arbítrio na escolha da tecnologia. Com mais limite e menos tecnologias, posso ter maior controle.

Obviamente, ainda assim, mensagens assíncronas vão existir; simplesmente porque é assim que coordenamos nossas sessões síncronas. De qualquer forma, elas estão limitadas as conversas sobre a questão da organização da agenda e outras questões que não se referem a terapia. Por exemplo: faltas, reagendamentos, questões sobre pagamentos, etc.

Com isso dito, considero o eventual uso de aplicativos e soluções assíncronas para dar suporte a algumas questões da terapia, por exemplo o envio de questionários ou leituras de textos. Diante dessa possibilidade, estarei atenta às questões sobre preservação do sigilo das informações, abaixo.

Sobre a preservação do sigilo das informações (Preserving private data across sessions)

Sobre a preservação do sigilo das informações, independente do uso de qualquer tecnologia, seja papel ou outras modernas disponibilizadas pela Internet, cabe ao psicólogo(a) desenvolver um plano de gestão e consciência com base no código de ética, principalmente na questão sobre a privacidade/confidencialidade do paciente:

"É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional." 1 https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia.pdf

Com isso, e sabendo que todos os dias novas ferramentas de comunicação tornam-se populares, é importante verificar a credibilidade das novas soluções disponibilizadas com relação a preservação dos dados tramitados pela Internet. Por exemplo, milhares de profissionais, e possivelmente muitos deles psicólogos, utilizam do Whatsapp para mensagens assíncronas, sem mesmo checarem as questões de segurança; simplesmente porque muitas pessoas já estão com o aplicativo instalado. No entanto, como este usuário poderá saber se o aplicativo popular é seguro? Ele pode checar no site do fabricante, como o fabricante está explicando as questões de segurança 2, além de outras fontes populares como artigos e instituições respeitadas. Essas informações podem se tornar relevantes porque justamente um aplicativo tão popular não se sustentaria com, por exemplo, uma mentira na sua home page. Isso torna-se funcional, uma vez que os psicólogos não teriam como contratar profissionais de segurança na área da tecnologia da informação, pois ao fazerem individualmente estariam correndo o risco de uma contratação incorreta. Em outras palavras, a informação de validação pelo coletivo se sustenta. Por exemplo, na página sobre segurança do Whatsapp 2 existem informações sobre a solução de criptografia de ponta a ponta, que garante que somente os indivíduos envolvidos podem ser suas mensagens enviadas:

“A criptografia de ponta-a-ponta do WhatsApp está disponível quando você e as pessoas com as quais você conversa utilizam nosso aplicativo. Muitos aplicativos criptografam mensagens entre você e eles próprios, já a criptografia de ponta-a-ponta do WhatsApp assegura que somente você e a pessoa com a qual você está se comunicando podem ler o que é enviado e ninguém mais, nem mesmo o WhatsApp.” https://www.whatsapp.com/security/

Além disso, psicólogos ou mesmo entidades como o CFP, poderiam unir esforços para facilitar o entendimento sobre as questões de privacidade e segurança das soluções tecnológicas.

Referências (References)

Author
Marcio S Galli
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